terça-feira, dezembro 29, 2009

o outro lado

... Estou ... surpreendida... sem palavras, diria, mas assim nada teria para escrever, o que não é o caso...
Realmente, são aquelas coisas óbvias que supostamente todos sabemos, mas que nunca ninguém se lembrou de dizer e a televisão, essa caixinha mágica que alguns dizem nada ensinar, com programas que para nada servem, hoje mostrou-me que por alguma razão é chamada de caixa mágica, hoje mostrou-me algo que não esperava. Porque sempre pensamos que quando somos felizes, nada temos a desejar, porque quando pensamos que temos tudo o que desejamos, nada mais podemos pedir. Mas não é verdade, quando temos tudo, quando estamos preenchidos, felizes, completos, há sempre uma coisa que podemos desejar: que tudo se mantenha como está, que nada mude. E esse desejo nunca nos lembrámos que fosse necessário. Contudo, é. Porque tudo está em constante mudança...
Sempre achei que Anatomia de Grey tinha muito mais que historial médico irreal

domingo, dezembro 13, 2009

Acantonados

Porque se há alturas em que estamos completamente fartos da rotina escolar, estas actividades tiram-nos a barriga de misérias. É verdade que os pés são os verdadeiros sacrificados, mas vale a pena, porque entre momentos de partilha, de partidas, rituais e muita alegria, chegamos a casa cansados, mas satisfeitos. Ainda recebemos totens (espero um baptismo a sério, nem que tenha de ser eu a organizá-lo), trocámos prendas (ou é Natal ou não é...) e tentámos manter a seriedade da coisa (embora, claro está, isso seja pouco improvável e pouco possível).
'Obrigado, Senhor, por este dia, não só, mas também.'
Na sua forma original, sábias palavras de um não tão sábio escuteiro
.
Falcão

quarta-feira, dezembro 02, 2009


















Antes que o dia acabe...
Foi excelente, foi o melhor aniversário de sempre, mas ainda assim faltou-lhe umas certas pessoas que te-lo-iam tornado ainda melhor ;)

Obrigada a todos os que se lembraram e aos que estiveram presentes ;)

Não é a idade que me constrói como pessoa, mas sou eu que vou construir a minha idade a partir do meu ser.

sexta-feira, novembro 20, 2009

A verdade é que a merda se torna sempre mais merdosa...
E quando pensamos que o passado ficou esquecido, sem quaisquer contra-partidas, que conquistamos algo mais do que tínhamos, de repente, a realidade cai-nos em cima com tudo o que tem e não estamos além da estaca zero... E é triste saber que nem a maioridade vai mudar isto. Só o tempo, e talvez demasiado tempo vai mudar isso e, sinceramente, farta de contagens de tempo estou eu.

terça-feira, novembro 17, 2009

Conto à CADAVRE EXQUIS #3

Levantou-se devagar, tocando tudo aquilo em que se pudesse apoiar. Não sentia dores. Não parecia ter feridas. Dirgiu a mão ao pescoço e levantou o lenço que trazia ao pescoço, de modo a tapar o nariz e a boca, para não respirar aquele ar poeirento, pútrido. Começou a avançar, vagarosamente, sempre tentando agarrar-se a algo para se guiar. Não sabia para onde se dirigia.

quinta-feira, novembro 12, 2009

XXL


Porque há coisas raras e ter um cacifo onde caibamos dentro aqui em Portugal é verdadeiramente uma alegria...
E foi também uma piada enorme para aqueles que passavam verem-me metida no cacifo xD
Tinha de experimentar, não resisti :P

quarta-feira, novembro 11, 2009

Conto à CADAVRE EXQUIS #2

Decidiu não abri-los. De qualquer forma nada veria, pelo menos agora. Apalpou o chão à sua volta. Uma areia grossa envolvida numa poeira incomodativamente fina veio agarrada à sua mão.

Conto à CADAVRE EXQUIS #1

Escuridão. Negro de breu. Nem uma luz. Nem uma simples tonalidade mais clara. Contudo, os olhos começavam a habituar-se àquele horrível cenário.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Fico à espera que digas algo, mas não voltarei a tomar a iniciativa... pelo menos vou tentar... estou cansada de ser a pressão, a ansiedade, o medo de não quereres mais falar comigo, estou cansada de ser a persistência, a falta de auto-estima... estou aqui, quando precisares, quando quiseres, podes contar comigo para o que der e vier, simplesmente não esperes que volte a tomar a iniciativa.
E espero sinceramente por dia 1 dez ;)

quarta-feira, outubro 28, 2009

Eu sei que não tem de ser real. Que pode não passar tudo de uma ilusão, que as pessoas têm maldade nas suas mentes, mas acredito que podemos dar alguma credibilidade há hipótese positiva. Nunca fez mal acreditar, acreditar pode ajudar à realidade. Não há necessidade de me tirar o chão de debaixo dos pés antes do tempo...

quarta-feira, outubro 21, 2009

Longe de mim mesma

Sinto-me deslocada... O meu corpo dói sem realmente me doer. Talvez já esteja tão habituada que nem saiba exactamente o que é a dor... A minha mente saltita entre pensamentos, nunca terminando a linha de pensamento do que me cruzou a mente antes do agora... A minha alma desconhece a razão deste desapego de tudo... que verdadeiramente não o é... porque não me desapego da música, da pintura, dos amigos, mas sinto-me distante no momento em que lá estou. O meu corpo está presente, mas onde estará a minha mente? Passeia entre pensamentos, mas nem consigo perceber quais, é como se se apagasse no momento em que regresso à realidade...

domingo, outubro 18, 2009

Os teus abraços, os teus sorrisos, a tua protecção, a tua presença... alimentam a minha energia

Obrigada m.a.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Os contras

Sejamos sinceros... faculdade é faculdade, estamos noutro mundo, desenmerdamo-nos como der, fazemos tudo e mais alguma coisa e ainda conseguimos divertir-nos. Mas... há coisas que dão cabo de mim!
Aulas de 3 horas sem um intervalo! O problema nem é estar as 3 horas dentro de uma sala. Tenho a sorte de estar num curso em que a maioria das 'unidades curriculares' são teórico-práticas (na verdade, mais práticas do que teóricas). No entanto, sou uma pessoa com grande necessidade de comer e estar dentro de uma sala durante 3 horas está a matar-me de fome! E já reparei que não sou a única...
E as cadeiras/bancos onde nos sentamos são de um desconforto. Mas como raio esperam eles que estejemos atentos a uma aula de História da Arte de 2 horas, estando sentados em cadeiras em que ao fim de meia hora estamos cheios de dores de costas, pescoço, rabo, sei lá!
Fome e dores de costas são agora os meus problemas diários... coisas que podiam ser evitadas... porque com certeza deveria ter coisas mais importantes com que me preocupar... enfim...

segunda-feira, outubro 05, 2009

O melhor elogio...

E porque quando estamos em baixo, há sempre aquela pessoa a quem chamamos melhor amiga que se lembra de dar o melhor elogio que alguma vez recebemos que nos põe com a auto-estima bem lá no cimo:
'És uma pequena central de energia... se tu falhas... eh pah, se tu falhas, estamos todos fodidos...'

Obrigada Sá :)

quarta-feira, setembro 30, 2009

Anime - Sugestão ao post


Sejamos honestos... Qual é a pessoa na faixa etária dos 15 - 28 anos (no mínimo) que não era (e talvez ainda seja) uma verdadeira viciada em Anime? Sim, aqueles desenhos animados japoneses com histórias loucas que não lembram a ninguém... A verdade é que era o vício da época. Mas, claro está que, hoje em dia, ainda há os ressacados para a vida... Eu confesso-me como uma viciada em estado de 'trip' até ao fim dos meus dias... E cada vez mais, graças à família que tenho... Agora, recebi uma prendinha no meu computador: Samurai X, Samurai 7, Neon Evangelion, Bleach, Serei No Moribito, Yu-Gi-Oh e Full Metal Alchemist. Uma dose à grande e à japonesa. Se algumas é ver e rever, outras são pura curiosidade e sugestão familiar, vamos ver no que dá...
Além disso, claro está, o verdadeiro vício de desenhar... Aquelas cores vivas e os traços dinâmicos fazem deste um dos tipos de desenho que mais aprecio... embora, maioritariamente, o desafio seja apenas copiar.
E isto, minha gente, são desenhos animados com história, suspence, acção, comédia, de tudo um pouco, não são as merdas que fazem hoje em dia para entreter a miudagem que não faz nada, nada quer fazer e que se limita a ficar colado em frente ao ecrã a ver as porcarias sem jeito nenhum que passam nos canais de televisão. E viva a década de 90'!!


domingo, setembro 20, 2009

Das cinzas...

Como uma fénix. Como uma mítica fénix de longa vida que se ergue das cinzas quando na vida anterior se incendiou para pôr termo àquela existência. Prometo que nos ergueremos os dois das cinzas, como uma fénix. Eu ajudar-te-ei e tu a mim, como sempre foi.

;)



sexta-feira, setembro 18, 2009

Filtrar

Noto cada vez mais essa enorme necessidade de dar importância apenas àquilo que é mesmo importante e de deixar no passado aquilo que ao passado pertence...

sábado, setembro 12, 2009

Eis a cerejinha...

Tal como aqui ficou prometido há dois posts atrás, aqui está a cereja no topo do bolo. Talvez um pouco menos redondinha e pesada, amarga pelo mísero peso que lhe faltava, mas ainda assim a minha cereja. E posso garantir que não tira o mérito ao meu esforço.
Não entrei na FAUP, mas sim na FBAUP. Sou uma dos mais recentes integrantes da gente da paz. Não sei até que ponto estou aborrecida com isso, penso que é mais o facto de não ter entrado por 15 centésimas do que propriamente não ter entrado. Agora, o caminho far-se-á de outra forma, não importa, talvez até seja melhor, menos limitado, não sei.
Vamos indo e vamos vendo. O que importa é que vou definitivamente entrar no mundo universitário e isso já ninguém me tira.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Águia


Águia,
Que perfuras a minha liberdade,
Com o teu bico afiado
e me arrastas com as tuas asas,
Presa nas tuas garras,
Para o vazio do teu vôo,
Perdendo-me daquilo que sou.
Respiro o vento quente
que as tuas asas sustenta.
Os meus olhos nada vêem
quanto à imensidão que os teus detêm.
O meu corpo é peso morto,
A minha alma nem peso tem,
A minha mente vai embalada
nesse tão grande desconforto
confortante de ser arrastada
sobre aquilo que por agora não toco,
Que era tanto e, agora, parece tão pouco.
E as tuas asas tornam-se minhas também,
Num inconstante silêncio, perfurado
pelo ruído harmonioso do vento,
Me fazendo perder
a completa noção do tempo.

domingo, agosto 23, 2009

A receita ideal




Para finalizar um dos anos mais intensos (positiva e negativamente), umas férias como não há memória, e estas sim, apenas positivamente. Começaram tarde e a más horas, é verdade, mas há que dizer que foi por uma boa e bem servida causa, basta ver o conjunto numérico na pauta de exames. E, por fim, o tão bem merecido descanso. Não é necessário viajar. Bem, pelo menos para longe, para fora do país. Basta ter uma família que nos recebe bem, um grupo de amigos do melhor e alguns trocos no bolso. Considero-me já uma pessoa de sorte por ter todos os ingredientes desta lista. Torna-se necessário rever pessoas há muito deixadas por obrigações maiores e mais temíveis. Diferentes por fora e talvez um pouco por dentro, também, mas, felizmente, para melhor. Isto levou também a um pouco mais de liberdade, uma ligeira subida da parada. Vai um panaché? Sim, o panaché, não panachet, que isso não é português. As garrafas de minis vazias servem para quê? Para pôr umas em cima das outras e rezar para não entornar a única que ficou de lado. Deixo já aqui o aviso: quando beberem... cerveja, é favor verificar o estado da cadeira onde se sentam. Pode acontecer um pequeno precalço... A guitarra anda pouco ensaiada, mas terá tempo quando para estas coisas o não houver. É bom sinal quando as pessoas notam a felicidade estampada no rosto com um toque de sinceridade inevitável ao ponto de serem elas próprias a responder à própria pergunta de como estou. Uma colherada de voluntariado para dar algum altruísmo ao verão e manter os horários de levantar cedo e aproveita-se para conhecer alguns quinze (ou mais) outros voluntários, que é sempre bom conhecer pessoas. As crianças são, sem dúvida, a pureza do que nos falta e fazem-nos rir quando já não temos forças para isso, de tão cansados que estamos fisicamente, porque o espírito parace trabalhar ao ritmo daqueles berrinhos e traquinices que nos fazem dizer que são difíceis de aturar. O Golias, coitado, teve alguns problemazinhos, o nome com que o baptizaram parece ter agoirado. Complementa-se com um prémio no Gerês, um dia de descanso frente a uma vista 'fantabulástica', com uma dose considerável de comida, alegria, banhos no rio e aventura. Já lá vão 3 churrascadas, esta e 2 escutistas que também foram engraçadas. Praia, sem dúvida, muita praia. Uma cor dourada faz sempre bem à pele, nada de exageros. A melhor hora? A partir das 17h, está claro, porque apesar de sairmos de casa antes das 15h, há sempre uns transportes e outros inconvenientes que nos fazem perder as horas do bom mergulho. Fica anotado: próximo ano, o horário de saída de casa é às 13h (de referir que eu tenho pouca tendência para seguir as minhas próprias anotações). E nada de lanches no bar, é favor andar munida com um pacote de bolachas para as urgências alimentares. As dietas são para o inverno, quando são. Só se vai ao bar para ver a boa paisagem que se encontra encostada ao balcão durante os tempos mortos de trabalho. E, claro, prestar atenção aos conselhos da melhor amiga, para não ficar com a toalha molhada. Quando a praia não estiver boa, a toalha também serve para a relva e os Jardins do Palácio são um bom destino alternativo. Cinema? Há uma altura em que acaba por se dar o braço a torcer, mas isso é para gente rica e não serve de convívio. Um belo passeio por toda a cidade do Porto com alguns amigos, para pôr a conversa em dia, é bem melhor. E, de preferência, a pé. E quando dizemos aos pais que vamos comprar umas calças 'saco-de-pão', é bom que eles acreditem para não se espantarem quando chegamos a casa com elas. Admito que a piscina foi fixe, para reencontrar as loucuras do ano lectivo, mas foram 4€ desperdiçados que davam em semelhante numa praia e, essa sim, de graça. Umas noitadas com os primos, na aldeia e vila próxima, lá para o centro do país, de nome S.to António e Louriçal, respectivamente bem religiosas e condimentadas, que duram até se poder ver a cor do céu a mudar, preenchidas, como não podia deixar de ser (porque afinal somos jovens), com música, gente bonita e simpática e álcool, para regar o conjunto à boa maneira portuguesa. A refeição oficial do verão foi definida como bolachas maria molhadas em leite achocolatado. De madrugada, que é a melhor altura delas. Conheci mais pessoas do que aquelas que consegui memorizar e, por isso, peço desculpa. Torna-se obrigatório provar bebidas diferentes, incluindo shots que se bebem abocanhando o copo. E ainda hei-de testar o sharingan do B-52. Sim, porque não podia faltar Anime, vá se lá saber porquê, o vício contagia a juventude daquela terra. Vi os olhos mais hipnotizantes de sempre e assisti à maior demonstração de respeito entre dois amigos (estando os dois um pouquinho... alterados, vá...). E o pão... hmm... o pão torna-se verdadeiramente mais saboroso quando comprado ao padeiro às 6h da manhã, ainda quentinho e estaladiço, após uma noite bem longa, sob uma luz que já anuncia o dia. A diversão foi tanta que chegou mesmo a destravar a língua e a soltar o corpo ao ritmo das músicas e da luz psicadélica. Bem, talvez o alcool tenha ajudado um bocadinho. Faça-se notar que esta pequena terrinha com gente espectacular tem a melhor sangria que provei até hoje e vos garanto que ainda não provei, no Porto, alguma que lhe chegasse sequer aos calcanhares. Comoveu-me a sinceridade de primos a que o alcool leva e agradeço o apreço de pessoas que se deixam levar pelo sentimento que sempre quis colocar nas imagens que traço no papel e que, pelos vistos, pareço ter alcançado (pelo menos para alguns). Estes 10 dias ficam, portanto, marcados por 2 frases que eu ouvi com uma frequência anormal, em diferentes situações, da boca de diferentes pessoas: 'O que se passa no 15 de Agosto fica no 15 de Agosto' e 'Louriçal não é um local, é um espírito'. Confirmam-se ambas, posso dizê-lo por experiência própria. Contudo, mais haveria de ter ficado no 15 de Agosto. Que posso fazer? Para o ano há mais e a coisa dar-se-á (ou não) de outra maneira. De regresso ao Porto, um incentivo ao há muito desejado 3º furo. Uma ajudinha que ainda não obteve proibições directas da parte paternal, apenas alguma objecção, mas nada que não se ultrapasse. Há que não esquecer que este verão já teve mais encontros inesperados do que alguma vez poderia esperar, podendo dizer que num só dia já encontrei 3 pessoas com quem não falava há muito. Confesso que pouco fiz do que planeei, mas foi por boas causas e talvez os planos nem sempre sejam feitos para serem cumpridos.
A cereja no topo do bolo? Por agora, fica por desvendar, mas, de uma maneira ou de outra, ela há-de lá cair.

segunda-feira, julho 27, 2009

Switch Off

Talvez um pouco de silêncio me ajude a não pensar. Porque concordo com aqueles que me dizem que penso demasiado. É um facto. Por mais que tente, não consigo evitar pensar em todos os detalhes, atribuir-lhes um significado ou a falta dele. E talvez seja isto que me impeça de avançar ingenuamente para o desconhecido. Tenho saudades de quando era criança e fazia as coisas sem ter a menor ideia de quais seriam as consequências. E a verdade é que, por más que fossem, nunca eram muito más. Mas agora... não é que não faça as coisas, que não avance para o desconhecido, porque faço, não temo as possibilidades, mas perdi a minha inocência de não pensar. E de certa forma, as coisas parecem não acontecer devido à forma exagerada de como as percorro, antes de acontecerem. Além disso, gostava daquele toque doce do risco. E assim, perco-o, deixa de ter sabor. Só consigo deixar-me surpreendida por via de uma mentalização de que o pior acontecerá. Quero voltar a deixar-me levar pelo que acontece. Não pelo que possa estar na meta, de certa forma, é-me igual que seja bom ou mau (apesar de preferir o bom), mas pelo próprio gosto do percurso, pelo prazer de não saber nem calcular o final de nenhum dos percursos.

Múltipla Escolha

Nunca tive muito jeito para miúdos. Aturava os meus primos e pouco mais. Nem os meus pais acreditavam que eu tivesse. Talvez continue a não ter. Mas o que interessa é que estou a adorar a experiência de voluntariado com miúdos e, de facto, da parte deles também não há queixas. Ando cansada mas satisfeita, porque me sinto útil, porque não passo o dia todo sem fazer nada, de tal modo que ficaria aborrecida. E o mais estranho é que, apesar de cansada, energia não me falta. o meu dia torna-se verdadeiramente proveitoso.

Experiência a repetir? Quem sabe.

terça-feira, junho 30, 2009

R.I.P. Pina Bausch

Um adeus repentino a uma das mulheres que mais marcou o nosso tempo.



R.I.P Pina Bausch

(27.07.1940 - 30.06.2009)

domingo, junho 28, 2009

Hipnose Paisagista

Surpreende-me o efeito de tranquilidade que certos locais têm sobre mim. E não apenas o espaço, mas todas as pequenas coisas que dele fazem parte.







Neste caso, o rio Douro, a sua vista a partir da ponte D. Luís. A água, a paisagem d cidade antiga que decora as duas margens, os barcos rabelo perto do cais, o brilho do sol na água ou mesmo a falta dele. Porque é-me indiferente o tempo que faz. Esta paisagem sempre me atinge com um estado de apatia, um desejo de ali permanecer sem que o tempo decorra e aquela paisagem se desvaneça diante dos meus olhos.

E mesmo que para alguns, uma simples regata seja uma seca, eu gostei, apesar da espera... não havia muito vento, enfim. Mas barcos daqueles não se vêm todos os dias e realmente completam a paisagem do Douro.


segunda-feira, junho 22, 2009

Incómodo Vazio

Há demasiado tempo que se apoderou de mim um inexplicável sentimento de vazio. Não que seja verdadeiramente muito tempo, mas demasiado. Apesar do ano que ficou para trás. Apesar das barreiras que transpus, dos objectivos que concretizei, das parvoíces que tenho para relatar do que afirmei ter sido o pior ano de sempre e contudo, tenha sido talvez também o melhor. Foi extremamente marcante, memórias de alguns dos momentos que certamente quererei recordar, nem que seja para me rir ou para dizer que, no fim de contas, tive coragem. Mas isso é o amanhã. O ontem teve bons e maus momentos. Já me atrevo a olhar para trás e sorrir na alma e ver tudo isto de forma que me transpõe alguma felicidade. E o hoje... o hoje não tem nada. Não me leva a querer fazer nada, aquilo com que preencho o meu dia torna-se aborrecido, sem qualquer propósito, o que faço torna-se irrelevante, dou cada vez menos valor a coisas que adorava fazer. E o que é realmente um problema é que eu não tenho grande espaço de manobra para poder alterar esta situação, visto não depender apenas de mim poder alterar isso.

No entanto, não consigo perceber. Considero-me uma pessoa de sorte, alguém com tudo para ser feliz. Não que essa felicidade seja eterna e constante, mas no mínimo é visível e está lá. Ou costumava estar. Porque não me parece que este vazio faça parte do vocabulário de alguém verdadeiramente feliz.

Já nem escrever me anima... E a escrita sim, costumava ser o meu ópio diário, a minha injecção de ânimo e alegria. Agora, nem um vício errante é...

segunda-feira, junho 15, 2009

O derradeiro esforço

Amanha começa a demanda...

exames... -.-'

terça-feira, junho 09, 2009

A força do medo



O medo é maior força que existe. Faz-nos mover.
É graças a ele que, muitas vezes, fazemos coisas que, noutras circunstâncias consideraríamos impossíveis.
É o medo de sofrer um desgosto que nos faz avançar para aquela pessoa e dizer que gostamos dela antes que alguém tenha a mesma ideia.
É o medo de estar só que nos faz procurar alguém.
É o medo de perder algo ou alguém que nos faz lutar por manter esse algo ou alguém.
É o medo de ficar para trás que nos faz seguir em frente.

É o medo de morrer que nos faz viver.

quinta-feira, junho 04, 2009

Menção Honrosa

Já passava da meia-noite quando Rafael se sentou. Estava cansado. Ser empregado de mesa não era propriamente aquilo que desejava, mas, pelo menos, andava perto dos cozinheiros, essa elite de grandes artistas munidos de faca, em vez de pincel, de prato, em vez de tela, de condimentos, em vez de tintas. E era nessa elite que Rafael sonhava integrar-se.
Mas não limitar-se a cozinhar! Criar os sabores, descobrir conjugações perfeitas, levar o cliente ao êxtase com uma simples garfada de comida. Porque não há dois sabores semelhantes, porque não se pode dizer que uma laranja e uma tangerina são parecidas, porque uma uva branca é sempre mais doce que uma preta, mas a que melhor sabe é a uva vermelha. Porque cada sabor se grava na nossa memória como uma chave para uma recordação, como daquela vez em que partilhou a sua suculenta maçã com uma menina tímida, na escola primária, que viria a tornar-se a sua melhor amiga Débora, ou daquela vez em que Simão, o seu irmão mais velho, o levara à Suíça, a provar o melhor dos chocolates, na sua origem, que se derretia lentamente na boca, deixando um sabor que ainda hoje Rafael sabia distinguir.
Assim, o primeiro passo estava dado. Já trabalhava num restaurante. Podia não ser um restaurante de primeira classe, podia não ter atribuídas cinco estrelas, mas era uma restaurante. Enquanto os pedidos dos seus clientes eram executados pelos três cozinheiros, Rafael deambulava pela cozinha, observando as técnicas e devorando as dicas que os simpáticos cozinheiros lhe davam, pois rapidamente se haviam apercebido do seu sonho. E, sobretudo, deambulava sem atrapalhar, quase deslizando entre o fogão e a mesa de preparação dos ingredientes, o que os senhores de chapéu alto e avental até apreciavam: um aprendiz que observasse o seu trabalho, desejando superar os mestres, sem os subjugar.
À noite, ou melhor dizendo, de madrugada, punha essas técnicas em prática, no pequeno apartamento onde morava. Estranhas experiências que até nem tinham mau resultado. Além disso, a janela da cozinha tinha vista directa para um esplêndido pomar de um velhote que de vez em quando passava por lá e lhe oferecia algumas frutas e legumes, em troca de poder ser o primeiro a experimentar os pratos de um futuro grande cozinheiro. Mas Rafael não tinha formação nenhuma. Nem queria. Esses, considerava, eram os verdadeiros génios por trás do avental. Porque tinham o talento agregado ao trabalho. Ninguém lhes ensinava o talento. E Débora considerava-o talentoso. Débora incentivara-o sempre a seguir aquele sonho. E até fora ela que lhe arranjara a entrevista para aquele emprego. Porque, às vezes, também precisamos de um empurrão dos amigos. E lá estava ele, a caminhar em direcção ao sonho de infância, levemente empurrado por Débora.
Mas, por agora, ali estava, sentado numa cadeira do restaurante, com a mão em cima da mesa a apoiar a cabeça cansada, a pensar em todas aquelas coisas. A pensar que amanhã seria outro dia na sua caminhada para a concretização do saboroso sonho. A pensar em mais uma estranha experiência que faria, quando chegasse a casa. A pensar em mais uma recordação, aberta pela chave de um sabor.
Mas, por agora, ali estava, a sair do restaurante sob a noite límpida e estrelada, que o incitava a lutar pelo sonho.

Posto ao Concurso de Contos da ESFV - 2009



terça-feira, maio 26, 2009

Manifesto da Juventude

CHEGA!



Não mais sermos sombras da nossa própria existência!

Não mais sermos marionetas ao comando dos que se pensam superiores!

Não mais sermos objectos nas mãos dos que encabeçam a nossa civilização!

Não mais sermos paus mandados dos sedentos de mandar!

Não mais acatarmos as decisões dos 'dotados de inteligência'!

Não mais deixarmo-nos levar em correntes de pensamento que não compreendemos, apenas porque todos as seguem!`


Não imponho a minha vontade à tua. Apenas abri os meus olhos e preocupo-me em que faças o mesmo. À tua maneira.

Mas à minha, deixo aqui escrita a revolta da minha juventude, desta vida que levamos a queixarmo-nos, a lamentarmo-nos, a deitarmo-nos abaixo, a sentirmo-nos inferiores porque está destinado à nossa sociedade sermos assim. Mas, afinal, quem é que determina o teu destino? Sê dono de ti mesmo, para poderes chegar ao fim da vida e dizeres que fizeste o teu próprio destino.




REVOLTA-TE!





Não vás em conversas de sermos todos iguais. Sê diferente, mostra a tua personalidade, a tua individualidade, sê tu mesmo. Não importa a quantidade de vezes que te digam que está mal, que não é assim. Aprender por experiência própria é uma lição que nada substitui. Seja em teu benefício ou em benefício dos que te tentam deitar abaixo. Aprenderás em qualquer das situações.



Usa e abusa daquilo a que tens direito, daquilo que podes usufruir. Hão-de vir tempos em que as tuas acções terão consequências de grande calibre. Aproveita agora. Aproveita o hoje. Aproveita a juventude.



Revolta-te contra as regras, o sistema, tudo! O facto de só tu e meia dúzia de gatos pingados verem as coisas de outra forma, não faz dessa uma forma errada de ver as coisas. Será apenas diferente.



Bate com o punho em cima da mesa e grita 'Basta!' quando assim achares que deves. Não vale a pena seguir o rebanho se não compreenderes porque fazes 'meeé' com todos os que te rodeiam.



Nunca te arrependas e ter levantado a cabeça e ter olhado noutra direcção. Nunca te arrependas do que fizeste, mesmo quando passaste as maiores vergonhas da tua vida. Nem te arrependas das acções que se tornaram erradas. Porque com essas aprendeste a não errar outra vez. Arrepende-te apenas e unicamente daquilo que não fizeste.

"Carpe diem quam minimum credula postero": Aproveita o momento, confiando o mínimo no amanhã. Faz aquilo que queres, quando queres, não adies. Quanto mais adiares, mais te surgirá a fazer antes disso.



Relembra cada palavra, cada gesto, cada parvoíce, cada olhar, cada alegria, cada tristeza, cada tudo aquilo que passaste na companhia dos teus amigos. Se precisares de esquecer, não o faças. Ultrapassa a dor de relembrar tudo isto, mas não esqueças. Relembra apenas como memórias, experiências que de ti fazem parte.



Não odeies. Não tens de gostar de toda a gente, apenas ignorar sem desrespeitar quem não considerares que valha a amizade.



Ri-te em alto e bom som quando o momento o pedir. Não importa o que os outros pensam. Só tu sabes o que sentiste naquele momento, só tu sabes por que te ris, ainda que passes por maluco, doido varrido ou simplesmente jovem como algumas pessoas tendem a definir-nos.



Chora cada vez que a melancolia te apertar o coração, a dor se espetar como agulhas na tua alma ou simplesmente já não aguentares a pressão de ser um infímo ser num lugar tão grande e tão cheio de gente. Ninguém pode julgar, nem deve, porque talvez desejassem fazer o mesmo.


Veste aquilo que te der na telha, quando te der na telha. A blusa de toalha de piquenique da avozinha combina com as sapatilhas? Então usa-a! O que te importa o que o vizinho do lado ou o motorista do autocarro pensam? Ao menos olharam, é porque salta à vista! Pior é passar indiferente, ser sombra nesta escuridão de mundo.



Não te envergonhes das atitudes mais estranhas que já tiveste. Aconteceu? Pois, muito bem! Está feito, virá pior e voltarás a desejar um buraco para te esconderes.



Assume o que és, o que fazes, o que pensas. Se pertences ao Clube de Leitura é porque gostas de ler. E daí? Não és o/a menino/a da mamã por gostar de ler. Há quem goste de coisas mais 'fixes' só porque é tendência. Este ano é surf, para o ano é para-pente, no ano a seguir bla bla bla... Se és escuteiro/a (aqui, falo por experiência mesmo muito própria) é porque gostas. Dá pica fazer aquelas actividades maradas que acabam sempre às 3 pancadas, mas resultam sempre na perfeição, não dá? E se for preciso, fala bem alto no meio da rua. Há sempre um engraçadinho que gosta de gozar, mas acaba ignorado face aos teus relatos de histórias de partidas às 3h da manhã na tenda ao lado.
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Acredita que és capaz. Do quê? Não importa. De tudo, de alguma coisa. Simplesmente tem fé em ti, porque se não acreditares, ninguém o fará por ti. E esse é o primeiro passo para não conseguires o que queres. O impossível ergue-se sob a base de acreditar.
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Não sejas orgulhoso/a. Dá o braço a torcer. Se fores capaz de ver que erraste, deves e serás capaz de o reconhecer perante quem deves. Não há mal nenhum em constatar que não estamos certos.
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Dá. Porque sabe bem, não para receberes em troca.
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Aprende a contornar a espanpanância dos chico-espertos. Deixa-os pensarem-se os melhores do mundo e, se for preciso, faz-te de burro em frente a eles. Dá o maior de gozo fazer de estúpido à beira de um verdadeiro otário.

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Habitua-te a olhar aquele amigo/a e a perceber quando há algo de mal com ele. Dá-lhe um abraço sem que necessite de to pedir.



Vai em frente, não olhes para trás, mesmo quando já fizeste merda e o sabes. Não vai adiantar, agora resta-te corrigir o que virá.
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Dá largas à imaginação. Sê criativo. Se não reconhecerem uma obra de arte hoje, pelo menos amanhã falarão da tua maluquice.
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Elogia. Quem merece, pelo que merece, quando merece. Deves isso a quem te proporcionou esse belo pensamento sobre a sua pessoa.
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Experimenta. Há sempre uma primeira vez para tudo. Se não for hoje, será depois, um dia há-de ser. Ou quererás arrepender-te para o resto da vida de nunca ter experimentado aquela sensação maluca de ser completamente inocente numa situação nova?
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Sente. Apaixona-te. Preza os amigos. Defende a tua alegria de viver. Qual é o objectivo de sentires algo e tentares ignorar? Aproveita a sensação. Goza o sentimento. Desfruta do momento.

quinta-feira, maio 14, 2009

Dias como o de hoje

Dias como o de hoje doem, mas tu estás lá para me amparar a queda,
Dias como o de hoje apagam-se até ao momento em que tu chegas,
Dias como o de hoje são escuridão, onde tu te tornas a minha luz de presença,
Dias como o de hoje são sufocantes, até tu me ajudares a respirar,
Dias como o de hoje são dias em que chego à tua beira a chorar de tristeza e te deixo, chorando de alegria.
Dias como o de hoje são verdadeiras lutas.
E hoje, num dia como estes, chegámos ao fim.
Obrigada por tudo Sarinha.

terça-feira, maio 12, 2009

Adrenalina Precisa-se

Ando a precisar de adrenalina. De fazer algo louco que me liberte de pensar em coisas que sei que não devia. Uma bebedeira espiritual que me faça esquecer tudo. Algo que me faça dar um berro de puro descontrolo.
Ao contrário do habitual, o meu problema ultrapassa-se por esquecer, por não pensar nisso, por não o enfrentar. E talvez este desejo de adrenalina seja derivado disso e seja uma forma de ocupar a cabeça com algo mais alegre.
Está bem, talvez não seja a fujir do problema que eu o resolva, mas certamente não é a pensar nele constantemente que o vou resolver. Talvez só não queira fazer aquilo que sei que é preciso para me libertar disto... talvez não tenha forças para o fazer, por saber o que envolve...

E preciso de adrenalina para contornar isto.

domingo, maio 10, 2009

O re-equilibrar da balança

Já estivemos pior. Agora pelo menos falamos, rimos, somos novamente amigos. Não quer dizer que tivéssemos deixado de o ser, apenas estávamos tão distantes que parecíamos apenas conhecidos, que se cumprimentavam por simples rotina.
Sei perfeitamente que não voltaremos a Fevereiro, Março. Passado é passado, não volta e posso apenas recordar aqueles bons momentos como parte das minhas experiências. Mas, com o tempo, espero que se restaure aquela alegria, aquela luz na nossa amizade. Claro, agora sem a parte de eu gostar de ti, agora apenas uma amizade que veio e foi como uma tempestade e que eu espero sinceramente que volte.
Experimento cada vez mais frequentemente o sentimento de saudade desse tempo. E quero cada vez mais ultrapassar isto, mas...

quinta-feira, maio 07, 2009


Habitualmente, sou pela incansável alegria de nos apresentarmos bem dispostos frente a um dia que pareça pior. Optimista? Talvez. Ou talvez apenas não baixe a cabeça à primeira dificuldade. E, curiosamente, o dia acaba bem, quase sempre.

Mas hoje não foi assim. Hoje, deixei-me ir abaixo verdadeiramente depressa, sem forças para lutar, sem vontade para o fazer, sem qualquer objectivo para chegar ao fim do dia melhor do que comecei. Senti-me perder, senti-me desejar um momento de simples paragem, dei comigo a ter um desejo de auto-infligir alguma dor, para me sentir viva. Porque hoje, fui apenas uma sombra deambulante.

Habitualmente, sou pelas coisas boas da vida, as coisas simples, aquelas que nos dão prazer na sua própria acção, por muito mínima que seja. Sou pelo prazer de sorrir, de viver e de me sentir viva, de ser algo neste mundo, por muito pouco que seja.

Mas hoje, nem sequer fui capaz de sorrir à adversidade de não me sentir viva, de ser apenas uma sombra.

Amanhã farei melhor, espero.

terça-feira, maio 05, 2009

Novamente. Quebrou-se o gelo, talvez. Agora, somos, novamente, amigos, posso dizê-lo. Não confirmar, porque não sei o amanhã, não sei o futuro, apenas o que já passou. E, sobre hoje, sobre a semana passada, posso dizer que a distância foi encurtada, posso dizer que recuperámos um pouco do que éramos.
E digo, também, que este afastamento não tenha sido tão mau como o considerei. Talvez o sentimento tenha diminuído um pouco e agora posso ver com um pouco mais de clareza a amizade, a pessoa impecável que sei que és, não negando a atracção que deténs de mim.
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Mas sobretudo e também a admiração por essa tua estranheza.

segunda-feira, maio 04, 2009

Prova, mais que prova

Sábado, dia 2 de Maio, provaste merecer. Guimarães seria pobre de espírito naquele dia, sem nós. Há algum tempo que me sentia necessitada de um daqueles abraços fortíssimos em que eu fico com a cabeça debaixo do teu queixo, devido à diferença de alturas. Não foi preciso pedir. Nunca é. Mal cheguei à tua beira, abraçaste-me. As brincadeiras, a risota, tudo se ia desenrolando ao longo do dia. Soubeste ver quando estava aborrecida, não foi preciso dizer nada. E trataste de me animar rapidamente. A subida ao castelo e à torre. Sentia-me infinitamente pequenina, mas ao teu lado, um pouco maior. Depois, a corrida. Apesar de todos a terem feito, tu e eu já a planeávamos há algum tempo. E chegámos ao fim, cada um a seu tempo, respirando fundo no final. Mais uma prova feita. Depois de almoço, a subida à Penha. Tudo isto acompanhado de muita brincadeira. E, mal saímos do teleférico, começou o desenrolar de peripécias para a aquisição de mais uma placa. Todas as placas eram observadas, analisadas e, infelizmente, em todas constatámos a impossibilidade de trazer alguma. Mesmo com a utilização de fivelas, chaves, compassos e outros instrumentos. Só não tínhamos aquilo que realmente precisávamos: uma chave de porcas e um alicate. Frustação que no final se tornou uma alegre justificação para, futuramente, voltarmos àquele sítio. Ao final do dia, o momento de conversa mais séria. Tu ouves, compreendes e aconselhas. Eu tento fazer o mesmo.



No fundo, partilhamos tudo. As alegrias, as tristezas, aquela panca por placas, o dever de fazer as provas e até a comida (lanche). És aquele rapaz que considero irmão, mesmo que não o sejamos de sangue. Mereces indubitavelmente ser meu melhor amigo. Provas a todo e a cada momento que o mereces.


Obrigada por tudo Nelinho ;D

sábado, maio 02, 2009

Sê feliz com aquilo que tens, lutando por aquilo que queres, sem desesperares por aquilo que desejas...

quarta-feira, abril 29, 2009

Ontem foi verdadeiramente estranho. Voltámos ao normal? Por momentos, pareceu-me que sim, por momentos parecia que aquela distância que tenho sentido de ti e que tenho forçado de mim desapareceu e éramos apenas aqueles dois amigos, de inocente alegria que sabiam os sentimentos um do outro, sem condenações, sem ilusões, sem medos nem fantasias, apenas sabendo. E agora noto como cada dia tem sido único. Inevitáveis surpresas que viram do avesso a minha rotina, agora completamente variada, completamente uma não-rotina. E, apesar do medo de voltarmos à semana passada, espero, sem ânsia, mas sorridente, cada próxima vez que te vejo, que te falo, que te ouço, que te cheiro, que, simplesmente, te sinto, porque sei que, por parecida que a alguma anterior seja, será sempre diferente de todas elas.

segunda-feira, abril 27, 2009

Pedaço de mim

Porquê considerarmo-nos só corpo? Acredito em algo mais. Acredito que uma força invisível, uma vontade de ser, viver, sentir, habita em nós. A alma. Será? Talvez. A coisa mais próxima que me descreveram, de tão variadas formas. É talvez o que nos move. O que nos faz avançar quando o cérebro não consegue interagir com os sentimentos, o que nos faz acreditar quando tudo indica que se vai suceder o pior, o que nos faz viver quando perdemos todos os nossos objectivos, o que nos faz sobreviver quando já ninguém luta pela nossa existência, demanda de amizade perdida para alguns, o que nos faz ser o que somos quando todos se revoltam contra a nossa forma de ser, o que nos faz simplesmente existir...
Ultimamente, esse pedaço incorpóreo de mim não se tem comportado como eu acredito que é o seu dever... triste sentido da existência apaixonada do meu ser - corpo, mente e alma...

domingo, abril 26, 2009

Hoje foi um bom dia. Aquelas mensagens... foi um alívio para mim quando finalmente parou. Porque não tinha qualquer disposição para procurar a tua presença, porque não me apeteceu lutar pela tua atenção, porque hoje simplesmente desliguei-me...
Senti as minhas asas esticarem-se um pouco. Senti que me devolveste um pouco da minha liberdade, sem nada teres feito por isso.
Não sou estúpida ao ponto de pensar que já está. Ainda tenho muito pela frente, eu sei.
Não vou dizer que me arrependo do que fiz, disse ou escrevi, porque não me arrependo.
Não vou dizer que não merecias tudo o que fiz, não vou dizer que foi uma estupidez tudo aquilo por que passei ao longo dos últimos meses, não vou dizer que te desprezo, não vou dizer muita coisa que vejo pessoas na minha situação dizerem, porque não seria verdade.
Simplesmente, estou contente por ter recuperado um pouco da minha dignidade, do meu orgulho, do meu amor próprio. Simplesmente, estou grata por isso.
Mesmo que tenha sido só hoje.

sábado, abril 25, 2009

A minha circunstância

Às vezes, pergunto-me como seria se uma simples circunstância mudasse... Tudo mudava? Ou apenas aquilo? Seria tudo diferente? Ou apenas aquilo que é directamente afectado por essa circunstância? Seria mais feliz devido à alteração dessa circunstância? Seria como sou? Estariam cá as pessoas que estão? Veria o mundo como o vejo? Talvez sim, talvez não...
No entanto, vivo a minha realidade e aqui posso mover a minha circunstância para ser feliz à minha maneira...

quinta-feira, abril 23, 2009

Divagações de um (não) ser

Fui nada
Nasci para a luz
Aprendi a ser algo
Fui dor, alegria
Solidão, nostalgia
Soube dar e receber
Fui egoísta na minha forma de ser
Tive tempo, estive esgotada
Perdi-me, fui encontrada
Desiludi-me e fui desilusão
Apaixonei-me, abri o coração
Dei a volta ao meu mundo
E também bati no fundo.
Tanto disto me espera
Como aquilo que ainda não sei.
Ou talvez não.
A dúvida prevalece,
Na minha vivacidade que padece.
Hoje, amanhã, um dia
Do tudo ao nada
Voltarei a ser numa linha fria
Mas apenas algo fui, sou ou serei.
Tenha sido, amanhã saberei!
E do tudo que não sou,
Do algo que possa ser,
Voltarei a ser nada
Quando o meu corpo morrer.

terça-feira, abril 21, 2009

Desafio

Este desafio foi-me proposto por uma amiga, (mais impingido por execução do mesmo no seu próprio blog, do que propriamente proposto...) e, nas palavras dela 'consiste em dizer 6 coisas sobre a minha pessoa, transmitindo de seguida os links dos 6 desgraçados que vão continuar o desafio. Eu não tenho links que cheguem por isso espero que os meus desgraçados arranjem mais gente que eu.'
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1- Amo a vida. Sou incuravelmente necessitada de viver cada momento como se fosse o último, de gravar cada momento na minha memória como se nada mais existisse. Faço de pequenas coisas, coisas grandes, de pequenos pormenores, conquistas grandiosas que não significam absolutamente nada para os que me rodeiam.
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2- Acredito. Não importa em quê, sou crente. Demasiado, em demasiadas coisas. Mas, principalmente nas pessoas. Não nos seus actos, nas suas formas de ser. Acredito nas pessoas de forma tão intensa que me desiludo constantemente. Chego a desiludir-me mais que uma vez com uma pessoa, porque voltei a acreditar.
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3- Sonho. Porque sonhar é a essência da nossa concretização. Porque sonhar faz acontecer. Porque sonhar torna-nos livres na mais fechada das prisões, felizes na maior tristeza com que o mundo nos confronta, amantes em espaços intemporais desprovidos de sentimento.
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4- Contrasto-me. Sou simultaneamente a preguiça em carne e osso e a força de vontade mais vigorosa. Num momento sou liberdade, no outro, estou presa. Sou desorganizada, mas entendo-me melhor na minha desorganização arrumada do que algumas pessoas na sua arrumação perfeita. Estranho como consigo integrar estes antagonismos dentro de mim.
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5- Entrego-me. De corpo, mente, alma e coração àquilo que me faz sentir bem, àquilo que desejo, àquilo que prezo. Às vezes, sem pensar nas consequências.
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6- Confio. Sou leal para quem me é. E para quem não sei se o seja, mas de quem não duvido que não seja.
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Aqui ficam os links dos próximos elos deste desafio:

segunda-feira, abril 20, 2009

Partes de mim

Parte de mim olha para ti e... deseja-te. Um impulso irracional que se gera sob a forma de pensamento, um pensamento incompreensível que me aflige sob a forma de sentimento, um sentimento forte que se cravou na minha alma. Parte de mim recorda-te em toda a alegria do teu ser que contagia também o meu. És-me uma alegria constante que injecta na minha alma um estado de felicidade intransmissível. Parte de mim fica feliz por te ver, por te olhar, por ser obstáculo no teu caminho, que, assim, me cruzas. Parte de mim abre a mão ao desejo de estar sempre perto de ti, de te ter sempre por perto. Torna-se quase sufocante à tua sombra, a ti, ao teu ser, eu sei. Parte de mim tem sempre um pretexto para te procurar. Quando verdadeiramente o deve, encontra-te. Parte de mim está ardentemente apaixonada por ti...
A outra parte? A outra parte precisa de se libertar. De se afastar, para menter intacta esta amizade. A outra parte duvida que a nossa amizade alguma vez tenha sido mais do que fruto da minha paixão e da tua compreensão. Que a nossa amizade alguma vez o tenha sido, com sinceridade, confiança, lealdade. A outra parte deseja afastar-se cada vez que te vê, porque está cansada de ver a minha alma atirada ao chão, sem piedade. A outra parte olha-te e quer a todo o custo ver apenas a amizade e fortalecê-la, porque ainda espera essa verdadeira amizade, com tudo o que uma verdadeira amizade necessita. A outra parte é dolorosamente magoada cada vez que te vejo, que te olho, que sou um obstáculo no teu caminho, sentindo-me apenas isso - um obstáculo no teu caminho. A outra parte deseja ultrapassar, já que esquecer não é a palavra mais correcta...
Mas isto é hoje. Isto são duas partes de mim em confronto, hoje, no agora. Amanhã, a dúvida do futuro prevalecerá para o dia seguinte, tornando-se clara apenas para o presente agora. Amanhã, o talvez terá novo sentido, como teve hoje, ontem, há alguns dias, no passado. Mas estará lá sempre.

quinta-feira, abril 16, 2009

Hoje, tomei uma decisão. Difícil, tortuosa em toda a consequência de si mesma. Mas sei que é para o meu bem, para o teu bem, para o bem da nossa amizade. Porque te prometi desde o início que ia fazer os possíveis para mantê-la intacta. E chegou, por isso, a altura de me afastar um pouco, para que a nossa amizade não saia prejudicada. Chegou a altura de respirar fundo e me libertar, chegou a altura de ser mais livre...
Soube desde o início que poderia magoar-me, que poderia sair por baixo, mas é com a cabeça erguida que tomo esta decisão, porque sei que, apesar de tudo, ganhei. Ganhei pequenas coisas que constituem para mim uma vitória.
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'hoping for the best, expecting the worst' (forever young, alphaville)
Foi sempre assim que vi tudo isto, espero que tenhas percebido...

segunda-feira, abril 13, 2009

Desejo segredar-te tudo aquilo que me trespassa a alma, desejo pressionar a minha mão fria contra o teu pescoço quente, para que me sintas, mesmo nesta falta de calor, embora digam que quem tem as mãos frias, tem o coração quente. Então, talvez deseje também um abraço forte para que sintas o meu coração em fogo contra o teu peito…
E contudo, as palavras faltam-me na tua presença… Contudo, o meu corpo não obedece perto de ti…

terça-feira, abril 07, 2009

Amigos

Era verdadeiramente fácil... quase nem fazia sentido olharmos os amigos e dizermos que gostávamos deles... era uma coisa tão banal... só o dizíamos por dizer, por ficar bem... porque passávamos todo aquele tempo com eles... e contudo... nem sabíamos o significado de 'amizade', de 'gostar', eram apenas pessoas presentes no nosso dia-a-dia...
E quanto mais tempo passa, mais percebo isso... nem relembro os seus rostos, são figuras esfumadas na minha memória fragilizada por essa falsa amizade... talvez não fosse falsa, apenas não o fosse...
Hoje, compreendo o verdadeiro significado dessas palavras... porque aquelas pessoas que realmente importam... sinto um sorriso aparecer-me nos lábios e na alma sempre que penso nelas... e não importa a quantidade de vezes que estou com elas, se é uma vez por dia, por semana, por mês ou ainda mais tempo... mas no fundo, são elas que estão sempre presentes... estou acompanhada em pensamento por essas pessoas, mesmo quando estou sozinha no meio de uma multidão de gente que não conheço e que não me conhece...
Essas pessoas sempre presentes, sempre com uma palavra amiga, com um abraço, um olhar ou um simples sorriso...
Essas pessoas a quem verdadeiramente chamo amigos...

segunda-feira, abril 06, 2009

Tenho pensado em parar de lutar por ti, desistir, porque estou numa luta sem fim e começo a temer estragar a nossa amizade com isso.
Contudo, basta-me considerar isto como acção a realizar, passar do pensamento à prática e constato que não consigo. Ainda e cada vez mais gosto demasiado de ti para o fazer.
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Sabes o que é mais estranho?
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...gosto de ti como nunca gostei de ninguém e, contudo, não sou capaz de considerar que o que sinto é amor. Não é. É paixão.

sexta-feira, abril 03, 2009

Há dias em que apenas me questiono porquê, porque me fazes sentir assim, porque me atrais, porque quero constantemente estar na tua presença. Há dias em que me pergunto se aquilo que sinto não será apenas o entusiasmo de uma grande amizade construída em pouco tempo. Há dias em que desejo esquecer que estou apaixonada, fechar-me numa concha e apagar-me do mundo por um momento. Há dias em que apenas te adoro, querendo quase gritar ao mundo aquilo que sinto, para o encher com a felicidade que me preenche a mim.

segunda-feira, março 30, 2009

Olho-te sem que nada mais exista naquele momento. Ouço-te e perco-me. Sinto o teu cheiro e recordo sempre o teu aroma perfumado que não consigo lembrar-me. Abraço-te e o meu mundo pára. Pertenço-te sem nunca poder ter sido tua. Sinto a tua presença e o meu âmago contorce-se de felicidade. Recordo-te e um sorriso surge involuntário, enigmático, nos meus lábios.Entro no teu espaço e sinto-me contemplativamente exterior. Estou perto de ti e sou meramente eu.

sábado, março 28, 2009

A tua forma de ser compulsiva, livre, atrai-me, deixa-me destabilizada. E, simplesmente, adoro estar na tua presença, porque me transmites uma paz de espírito enorme.
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Sensação incompreensivelmente indescritível de um incómodo bem-estar. Fazes-me bem. É o melhor que sei dizer.
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Desejo sempre a sensação de estabilidade eufórica que sinto na tua presença.




sexta-feira, março 27, 2009

Num momento, estávamos a meio metro de distância, no outro, com as faces das almas ligadas pelos lábios. Beijaste-me. Foi a sensação mais estranha da minha vida. Senti os teus lábios nos meus, a suavidade com que me beijaste. Foi também a melhor sensação da minha vida.
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Mas mantenho o prometido e, felizmente, sem sequer ter de me mentalizar disso: foi, é e será só um beijo. Não acalenta esperanças, não alimenta ilusões, não traduz um passo para algo maior.
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Obrigada. Pelo momento, pela paciência, pela amizade, pelo beijo, pelo carinho, pelos elogios, pela tua presença. Obrigada por tudo.

quinta-feira, março 26, 2009

Paris




Paris mundana
Que em terra boémia te estendes.
Sob a luz que de ti mesma emana,
Sob a alegria que ao mundo te rendes.
Culta e vivida,
Verdadeiramente emotiva,
Dona de ti, dos que ficam, dos que passam,
A ninguém pertencente.
A ti mesma chega o Sena
Que corre velozmente,
Sem pressa aonde chegar,
Com medo, sempre, de te deixar.
Paris... minha? Nunca!
De todos e de ninguém.
Solitária, independente,
Mas sempre repleta de gente.

quarta-feira, março 18, 2009

Egoísmo...

Pergunto-me se é egoísmo.
Se quando penso em ti, apenas estou a olhar para mim.
Se quando quero estar perto de ti, estou apenas a desejar o meu bem-estar.
Se quando quero ouvir a tua voz, apenas desejo que ela trespasse a minha alma.
Se quando sinto o teu olhar, apenas gravo uma recordação dele.
Se por estar apaixonada, apenas penso na minha pessoa.

Será isso possível? Talvez, mas não provável.
Porque quando penso em ti, estou a gerar bons pensamentos.
Porque quando quero estar perto de ti, quero enraizar a nossa amizade.
Porque quando quero ouvir a tua voz, estou a dar-te a minha atenção.
Porque quando sinto o teu olhar, guardo-o para te recordar algo de bom que tens.
Porque por estar apaixoanada, desejo-te o melhor.

terça-feira, março 17, 2009

Fugirás?

Não estou certa daquilo que estou prestes a fazer... não sei se conseguirei fazê-lo. Não que seja difícil, mas para mim é.

É virar o meu interior do avesso.
É lutar contra a minha própria natureza e esperar que isso não interfira no controlo das minhas acções.
É superar todas as barreiras que há meses interferem.
É esperar que não se dêem as circunstâncias mais inesperadas que espero.
É sentir a revolta da minha alma contra a minha mente e não fazer nada para a acalmar.

Tudo isto, "é's" do meu ser que duvidosamente se tenta impor contra si mesmo.

E, contudo, a minha grande dúvida é apenas esta: Fugirás?

segunda-feira, março 16, 2009

Simplesmente, talvez a tua forma de ser. Não és perfeito, ninguém o é. O respirar torna-nos seres vivos. A imperfeição torna-nos humanos. Mas, possivelmente, não conheci nenhum rapaz que reunisse, assim, estas qualidades que aprecio e talvez seja isso que me atrai em ti.

domingo, março 15, 2009

Se me olhas, perco as palavras. Se te aproximas, apodera-se de mim algo que não sei descrever, sinto-me o ser mais pequeno e, ao mesmo tempo, o maior de todos. Perco o controlo dos meus movimentos e deixo-me levar. Perco a noção do tempo e ele pára, fazendo de momentos eternas horas na minha memória.