quinta-feira, setembro 10, 2009

Águia


Águia,
Que perfuras a minha liberdade,
Com o teu bico afiado
e me arrastas com as tuas asas,
Presa nas tuas garras,
Para o vazio do teu vôo,
Perdendo-me daquilo que sou.
Respiro o vento quente
que as tuas asas sustenta.
Os meus olhos nada vêem
quanto à imensidão que os teus detêm.
O meu corpo é peso morto,
A minha alma nem peso tem,
A minha mente vai embalada
nesse tão grande desconforto
confortante de ser arrastada
sobre aquilo que por agora não toco,
Que era tanto e, agora, parece tão pouco.
E as tuas asas tornam-se minhas também,
Num inconstante silêncio, perfurado
pelo ruído harmonioso do vento,
Me fazendo perder
a completa noção do tempo.

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