Pesada descrença
de que tudo em ti
é algo que em mim
não se perdeu.
E nego ainda mais
que esse desejo seja o meu céu,
infinito alcance
de tão remota chance
de encontrar o que é meu.
Hipnótica saudade,
fixada à beira mar,
sob esse poderoso olhar,
que em mim encontrou
uma forma de ficar.
E poderia
tudo aquilo que sou
ser um pouco, ainda mais
que essas palavras irreais,
segredadas pelo vento
ao meu tosco pensamento.
Encontraria em fogo e água
uma forma desgarrada
de à vida me agarrar.
Fosse qual fosse
a circunstância de um olhar perdido
que julgasses já vencido.
Perdoe-se a lágrima
que desceu, incontrolável,
nesse encontro tão fugaz,
que inevitável
me pareceu.
Lindo!
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