



Estava no exterior. Uma brisa balançou-a. Havia muita luz, mas parecia ainda mais por ter passado tanto tempo num ambiente tão escuro. Mas depressa se habituou. Não era uma saída. Era uma abertura no cimo do labirinto, um precipício. A solução seria mesmo voltar para trás. A saída era a entrada. Mas por enquanto podia ver: havia reflexos, uma moldura para uma realidade que ela própria podia escolher. Uma moldura que separava a realidade de uma outra, ou representação. Ou talvez o contrário. Entrou, tendo o cuidado de não tropeçar na moldura. Alice era a realidade. Não. A representação da realidade. Era difícil saber qual a realidade, qual a representação. Dependia do ponto de vista, talvez da vontade. Saiu, antes de ficar presa naquele quebra-cabeças sobre ser realidade ou representação. Observou a vista daquele alto e fez o caminho de regresso. Afinal, continuava num mundo de incompreensão, onde não poderia nunca perceber o que era o sonho ou mesmo se estaria acordada, e tinha o Chapeleiro à sua espera para continuar a jornada.
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