quarta-feira, abril 29, 2009

Ontem foi verdadeiramente estranho. Voltámos ao normal? Por momentos, pareceu-me que sim, por momentos parecia que aquela distância que tenho sentido de ti e que tenho forçado de mim desapareceu e éramos apenas aqueles dois amigos, de inocente alegria que sabiam os sentimentos um do outro, sem condenações, sem ilusões, sem medos nem fantasias, apenas sabendo. E agora noto como cada dia tem sido único. Inevitáveis surpresas que viram do avesso a minha rotina, agora completamente variada, completamente uma não-rotina. E, apesar do medo de voltarmos à semana passada, espero, sem ânsia, mas sorridente, cada próxima vez que te vejo, que te falo, que te ouço, que te cheiro, que, simplesmente, te sinto, porque sei que, por parecida que a alguma anterior seja, será sempre diferente de todas elas.

segunda-feira, abril 27, 2009

Pedaço de mim

Porquê considerarmo-nos só corpo? Acredito em algo mais. Acredito que uma força invisível, uma vontade de ser, viver, sentir, habita em nós. A alma. Será? Talvez. A coisa mais próxima que me descreveram, de tão variadas formas. É talvez o que nos move. O que nos faz avançar quando o cérebro não consegue interagir com os sentimentos, o que nos faz acreditar quando tudo indica que se vai suceder o pior, o que nos faz viver quando perdemos todos os nossos objectivos, o que nos faz sobreviver quando já ninguém luta pela nossa existência, demanda de amizade perdida para alguns, o que nos faz ser o que somos quando todos se revoltam contra a nossa forma de ser, o que nos faz simplesmente existir...
Ultimamente, esse pedaço incorpóreo de mim não se tem comportado como eu acredito que é o seu dever... triste sentido da existência apaixonada do meu ser - corpo, mente e alma...

domingo, abril 26, 2009

Hoje foi um bom dia. Aquelas mensagens... foi um alívio para mim quando finalmente parou. Porque não tinha qualquer disposição para procurar a tua presença, porque não me apeteceu lutar pela tua atenção, porque hoje simplesmente desliguei-me...
Senti as minhas asas esticarem-se um pouco. Senti que me devolveste um pouco da minha liberdade, sem nada teres feito por isso.
Não sou estúpida ao ponto de pensar que já está. Ainda tenho muito pela frente, eu sei.
Não vou dizer que me arrependo do que fiz, disse ou escrevi, porque não me arrependo.
Não vou dizer que não merecias tudo o que fiz, não vou dizer que foi uma estupidez tudo aquilo por que passei ao longo dos últimos meses, não vou dizer que te desprezo, não vou dizer muita coisa que vejo pessoas na minha situação dizerem, porque não seria verdade.
Simplesmente, estou contente por ter recuperado um pouco da minha dignidade, do meu orgulho, do meu amor próprio. Simplesmente, estou grata por isso.
Mesmo que tenha sido só hoje.

sábado, abril 25, 2009

A minha circunstância

Às vezes, pergunto-me como seria se uma simples circunstância mudasse... Tudo mudava? Ou apenas aquilo? Seria tudo diferente? Ou apenas aquilo que é directamente afectado por essa circunstância? Seria mais feliz devido à alteração dessa circunstância? Seria como sou? Estariam cá as pessoas que estão? Veria o mundo como o vejo? Talvez sim, talvez não...
No entanto, vivo a minha realidade e aqui posso mover a minha circunstância para ser feliz à minha maneira...

quinta-feira, abril 23, 2009

Divagações de um (não) ser

Fui nada
Nasci para a luz
Aprendi a ser algo
Fui dor, alegria
Solidão, nostalgia
Soube dar e receber
Fui egoísta na minha forma de ser
Tive tempo, estive esgotada
Perdi-me, fui encontrada
Desiludi-me e fui desilusão
Apaixonei-me, abri o coração
Dei a volta ao meu mundo
E também bati no fundo.
Tanto disto me espera
Como aquilo que ainda não sei.
Ou talvez não.
A dúvida prevalece,
Na minha vivacidade que padece.
Hoje, amanhã, um dia
Do tudo ao nada
Voltarei a ser numa linha fria
Mas apenas algo fui, sou ou serei.
Tenha sido, amanhã saberei!
E do tudo que não sou,
Do algo que possa ser,
Voltarei a ser nada
Quando o meu corpo morrer.

terça-feira, abril 21, 2009

Desafio

Este desafio foi-me proposto por uma amiga, (mais impingido por execução do mesmo no seu próprio blog, do que propriamente proposto...) e, nas palavras dela 'consiste em dizer 6 coisas sobre a minha pessoa, transmitindo de seguida os links dos 6 desgraçados que vão continuar o desafio. Eu não tenho links que cheguem por isso espero que os meus desgraçados arranjem mais gente que eu.'
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1- Amo a vida. Sou incuravelmente necessitada de viver cada momento como se fosse o último, de gravar cada momento na minha memória como se nada mais existisse. Faço de pequenas coisas, coisas grandes, de pequenos pormenores, conquistas grandiosas que não significam absolutamente nada para os que me rodeiam.
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2- Acredito. Não importa em quê, sou crente. Demasiado, em demasiadas coisas. Mas, principalmente nas pessoas. Não nos seus actos, nas suas formas de ser. Acredito nas pessoas de forma tão intensa que me desiludo constantemente. Chego a desiludir-me mais que uma vez com uma pessoa, porque voltei a acreditar.
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3- Sonho. Porque sonhar é a essência da nossa concretização. Porque sonhar faz acontecer. Porque sonhar torna-nos livres na mais fechada das prisões, felizes na maior tristeza com que o mundo nos confronta, amantes em espaços intemporais desprovidos de sentimento.
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4- Contrasto-me. Sou simultaneamente a preguiça em carne e osso e a força de vontade mais vigorosa. Num momento sou liberdade, no outro, estou presa. Sou desorganizada, mas entendo-me melhor na minha desorganização arrumada do que algumas pessoas na sua arrumação perfeita. Estranho como consigo integrar estes antagonismos dentro de mim.
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5- Entrego-me. De corpo, mente, alma e coração àquilo que me faz sentir bem, àquilo que desejo, àquilo que prezo. Às vezes, sem pensar nas consequências.
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6- Confio. Sou leal para quem me é. E para quem não sei se o seja, mas de quem não duvido que não seja.
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Aqui ficam os links dos próximos elos deste desafio:

segunda-feira, abril 20, 2009

Partes de mim

Parte de mim olha para ti e... deseja-te. Um impulso irracional que se gera sob a forma de pensamento, um pensamento incompreensível que me aflige sob a forma de sentimento, um sentimento forte que se cravou na minha alma. Parte de mim recorda-te em toda a alegria do teu ser que contagia também o meu. És-me uma alegria constante que injecta na minha alma um estado de felicidade intransmissível. Parte de mim fica feliz por te ver, por te olhar, por ser obstáculo no teu caminho, que, assim, me cruzas. Parte de mim abre a mão ao desejo de estar sempre perto de ti, de te ter sempre por perto. Torna-se quase sufocante à tua sombra, a ti, ao teu ser, eu sei. Parte de mim tem sempre um pretexto para te procurar. Quando verdadeiramente o deve, encontra-te. Parte de mim está ardentemente apaixonada por ti...
A outra parte? A outra parte precisa de se libertar. De se afastar, para menter intacta esta amizade. A outra parte duvida que a nossa amizade alguma vez tenha sido mais do que fruto da minha paixão e da tua compreensão. Que a nossa amizade alguma vez o tenha sido, com sinceridade, confiança, lealdade. A outra parte deseja afastar-se cada vez que te vê, porque está cansada de ver a minha alma atirada ao chão, sem piedade. A outra parte olha-te e quer a todo o custo ver apenas a amizade e fortalecê-la, porque ainda espera essa verdadeira amizade, com tudo o que uma verdadeira amizade necessita. A outra parte é dolorosamente magoada cada vez que te vejo, que te olho, que sou um obstáculo no teu caminho, sentindo-me apenas isso - um obstáculo no teu caminho. A outra parte deseja ultrapassar, já que esquecer não é a palavra mais correcta...
Mas isto é hoje. Isto são duas partes de mim em confronto, hoje, no agora. Amanhã, a dúvida do futuro prevalecerá para o dia seguinte, tornando-se clara apenas para o presente agora. Amanhã, o talvez terá novo sentido, como teve hoje, ontem, há alguns dias, no passado. Mas estará lá sempre.

quinta-feira, abril 16, 2009

Hoje, tomei uma decisão. Difícil, tortuosa em toda a consequência de si mesma. Mas sei que é para o meu bem, para o teu bem, para o bem da nossa amizade. Porque te prometi desde o início que ia fazer os possíveis para mantê-la intacta. E chegou, por isso, a altura de me afastar um pouco, para que a nossa amizade não saia prejudicada. Chegou a altura de respirar fundo e me libertar, chegou a altura de ser mais livre...
Soube desde o início que poderia magoar-me, que poderia sair por baixo, mas é com a cabeça erguida que tomo esta decisão, porque sei que, apesar de tudo, ganhei. Ganhei pequenas coisas que constituem para mim uma vitória.
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'hoping for the best, expecting the worst' (forever young, alphaville)
Foi sempre assim que vi tudo isto, espero que tenhas percebido...

segunda-feira, abril 13, 2009

Desejo segredar-te tudo aquilo que me trespassa a alma, desejo pressionar a minha mão fria contra o teu pescoço quente, para que me sintas, mesmo nesta falta de calor, embora digam que quem tem as mãos frias, tem o coração quente. Então, talvez deseje também um abraço forte para que sintas o meu coração em fogo contra o teu peito…
E contudo, as palavras faltam-me na tua presença… Contudo, o meu corpo não obedece perto de ti…

terça-feira, abril 07, 2009

Amigos

Era verdadeiramente fácil... quase nem fazia sentido olharmos os amigos e dizermos que gostávamos deles... era uma coisa tão banal... só o dizíamos por dizer, por ficar bem... porque passávamos todo aquele tempo com eles... e contudo... nem sabíamos o significado de 'amizade', de 'gostar', eram apenas pessoas presentes no nosso dia-a-dia...
E quanto mais tempo passa, mais percebo isso... nem relembro os seus rostos, são figuras esfumadas na minha memória fragilizada por essa falsa amizade... talvez não fosse falsa, apenas não o fosse...
Hoje, compreendo o verdadeiro significado dessas palavras... porque aquelas pessoas que realmente importam... sinto um sorriso aparecer-me nos lábios e na alma sempre que penso nelas... e não importa a quantidade de vezes que estou com elas, se é uma vez por dia, por semana, por mês ou ainda mais tempo... mas no fundo, são elas que estão sempre presentes... estou acompanhada em pensamento por essas pessoas, mesmo quando estou sozinha no meio de uma multidão de gente que não conheço e que não me conhece...
Essas pessoas sempre presentes, sempre com uma palavra amiga, com um abraço, um olhar ou um simples sorriso...
Essas pessoas a quem verdadeiramente chamo amigos...

segunda-feira, abril 06, 2009

Tenho pensado em parar de lutar por ti, desistir, porque estou numa luta sem fim e começo a temer estragar a nossa amizade com isso.
Contudo, basta-me considerar isto como acção a realizar, passar do pensamento à prática e constato que não consigo. Ainda e cada vez mais gosto demasiado de ti para o fazer.
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Sabes o que é mais estranho?
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...gosto de ti como nunca gostei de ninguém e, contudo, não sou capaz de considerar que o que sinto é amor. Não é. É paixão.

sexta-feira, abril 03, 2009

Há dias em que apenas me questiono porquê, porque me fazes sentir assim, porque me atrais, porque quero constantemente estar na tua presença. Há dias em que me pergunto se aquilo que sinto não será apenas o entusiasmo de uma grande amizade construída em pouco tempo. Há dias em que desejo esquecer que estou apaixonada, fechar-me numa concha e apagar-me do mundo por um momento. Há dias em que apenas te adoro, querendo quase gritar ao mundo aquilo que sinto, para o encher com a felicidade que me preenche a mim.