domingo, dezembro 04, 2011

Cala a voz que te foi dada.
Respira fundo, olha-me, vê-me, lê-me.
Vem comigo.
Vamos descobrir os nossos novos horizontes.
Vamos ser mais do que eles.
Vamos descobrir o que ficou escondido atrás do monte 
que nunca ousámos passar.
Vamos ser livres 
e pedir ao vento que nos leve com ele
em leves circunstâncias de não termos mais peso.
Temos dias a mais.
Recados guardados,
sebentas a mais de inconsistências
tão pouco desejadas que no fim
acabaram por ser só desperdícios
de uma vida não contada.
Apregoa. Não fui eu que te ouvi 
quando me fechaste a porta 
por não termos dias que chegassem.
Agora, temos dias a mais.

fugacidade

Aquele gesto.
Aquele gesto que quase tomaste
mas nunca foi teu.
Que soubeste pensar,
que desejaste,
que ousaste até começar a sua existência.
Ficou preso.
Durou toda a eternidade
de um tão pequeno momento,
que mal tive tempo
de te olhar.
Durou toda a fracção
de ficar retido numa fotografia
que nunca existiu.
Foi simplicidade de quase te agarrar,
de quase me teres.
Foi irrisório quase tocar.
Foi simplesmente bom de saber
que aquele quase acontecer
tinha consigo um sorriso,
um respirar fidedigno
do meu suave amanhecer.


02.12.2011

novos dias

Filtra-te. Filtra-me. 
Hoje são novos dias.
Dias de novos sorrisos 
que não precisas de gritar ao mundo
para que ele saiba que renasceste.
Vê-se. 
Emana de ti essa louca ânsia de viver
que há muito desaparecera e voltou agora
para te ver permanecer.