Hoje foi dia de inaugurações no quarteirão das Artes tripeirinho. Para quem não sabe, a rua Miguel Bombarda e as suas adjacentes, no coração da cidade Invicta, constituem um centro importante de arte e cultura e de quando a quando (é uma coisa incerta), fazem inaugurações simultâneas das exposições e dá-se uma enorme festa de rua. É bonito. Além disso, dá a oportunidade de correr as exposições todas, o que eu gosto de fazer. E, se fiquei desiludida nas galerias que melhor conheço e que opto por ir primeiro para controlo de tempo a meu gosto, as seguintes surpreenderam-me bastante.
E hoje tornei-me uma observadora diferente. Antes de tudo, por força das circunstâncias, vi-me obrigada a ir sozinha e o que a princípio achei mau, revelou-se uma liberdade para mim mesma. Depois, decidi esquecer a postura de japonês (nada contra estes, que eu até gosto bem deles; é uma questão de conceito) e manter a máquina fotográfica guardada. Andei nas calmas e fotografei apenas aquilo que me fez parar, observar e pensar e sem dúvida foi muito mais frutífero. E aqui deixo fotos de dois trabalhos que realmente gostei.
NÃO ME PERGUNTEM QUEM SÃO OS ARTISTAS, fui mesmo à coisa de conceito.
Em primeiro lugar, fica aqui esta fotografia, qual desenho de Escher, só que... onde raio está a câmara? Foto-montagem? Muito possivelmente. O contraste fundo-forma ainda faz sobressair mais a ideia de irrealista. Contudo, independentemente da técnica, o impacto está criado.
Sim, uma cara esculpida numa parede. A ideia está irreverente e tal, o desenho está esculpido na parte destruida, mas... nada de especial. Até que vi a sala ao lado, onde se encontrava um vídeo e fotografias do processo. Este trabalho foi feito a partir de pequenas explosões muito bem controladas nas partes em que a parede está destruída. O trabalho foi, portanto, criado a partir da destruição. Ganha outra dimensão, não?
E vim de lá satisfeita pelo método de observação que decidi usar desta vez :)